Ivan Bezerra
23 de mar de 20212 min
O registro da Indicação Geográfica da espécie Indicação de Procedência (IP) do Queijo de Marajó foi publicado na Revista da Propriedade Industrial Nº 2620 do Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI desta terça-feira, 23 de março de 2021.
É o resultado de um processo iniciado em 29 de dezembro de 2018, dia do depósito do pedido junto ao INPI, feito pela Associação dos Produtores de Leite e Queijo do Marajó - APLQMarajó.
A IP Marajó compreende os municípios de Chaves, Soure, Salvaterra, Santa Cruz do Arari, Ponta de Pedras, Muaná e Cachoeira do Arari, que fazem parte da base territorial do Arquipélago do Marajó, mais especificamente nos chamados Campos do Marajó, Microrregião do Arari, Mesorregião Marajó, no Estado do Pará.
Preservando uma receita secular da Ilha do Marajó, no Estado do Pará, a técnica de produção artesanal do Queijo do Marajó é única no mundo, especialmente porque utiliza, em sua fabricação e derivados 100% de leite de búfala, além de ser coalhado naturalmente, sem a adição de conservantes.
Assim como outros tipos de queijos que envelhecem espontaneamente na prateleira, o Queijo do Marajó – que é produzido de duas formas: manteiga e creme – não é maturado. O primeiro tipo é o mais comum.
Sua produção está diretamente ligada aos fatores históricos da Ilha do Marajó, mas com o passar dos anos, foi possível aprimorar os métodos de produção.
O produto traz um sabor único ao paladar e, com ele, o resgate da tradição, valores e costumes da região.
A tradição do Queijo do Marajó tem mais de dois séculos de história. Fazendeiros portugueses e franceses que se estabeleceram na Ilha do Marajó produziam queijo com leite de vaca, mas com o passar do tempo e com o rebanho bubalino cada vez maior, no Brasil, o produto passou a ser exclusivamente fabricado a partir do leite de búfala.
Todas as etapas de produção artesanal são muito importantes para a conservação das características do laticínio, a exemplo da textura, consistência, e principalmente, do sabor da iguaria marajoara. O leite é filtrado e desnatado, fermenta naturalmente e, após retirada do soro, a acidez é reduzida com hidratação, aquecimento e compactação, um processo que pode ser repetido até quatro vezes. Assim, o queijo ganha consistência e cor únicas.
Por fim, é feito o resfriamento e a moagem da massa, um processo de trituração. Nesta etapa, é acrescentado o creme do próprio leite retirado no desnate e toda massa é agitada até ganhar a consistência elástica própria do Queijo do Marajó.
Fonte: INPI | A Lavoura