Compreender a relevância do trabalho da empreendedora Laudilene Macedo Bispo, ou simplesmente Lene, à frente da Le Pot (lê-se lepô) pode ser tão surpreendentemente delicioso quanto descobrir o que tem em cada potinho da geleia artesanal.
Lene era Supervisora de um Programa de Compensação Socioambiental em uma multinacional instalada em Ilhéus - BA, responsável por estimular o empreendedorismo junto às comunidades locais.
Os estudos de potencialidades locais e os vários processos de capacitação junto à população, sobretudo a mais carente, despertaram em Lene uma sensibilidade para identificar soluções simples e eficazes de estímulo ao trabalho e à melhoria de renda.
Em Itariri, comunidade de Ilhéus, Lene descobriu que o araçá, fruta nativa da Mata Atlântica do Sul da Bahia, se perdia com facilidade, já que era pouco consumido.
Mesmo sem ainda saber exatamente o que fazer com o araçá, Lene pediu para que seu Domingos, um dos moradores locais, coletasse o que fosse possível da fruta para conservar a polpa. O pedido também incluiu o cupuaçu, fruta típica da Amazônia brasileira, mas que se adaptou muito bem à Mata Atlântica.
As mulheres do Itariri foram capacitadas para produzirem geleia do araçá-roxo e pudim de cupuaçu. O resultado do trabalho foi surpreendente e delicioso, mas as mulheres da comunidade não deram continuidade àquela iniciativa empreendedora.
Após se desligar da multinacional, Lene retornou à comunidade e recebeu de seu Domingos 30 kg de polpa de araçá, conforme ele havia prometido. “Mas, o que fazer com tanta fruta?”, se indagou, Lene.
Ela já sabia fazer geleia e estava com a fruta na mão. Mas a primeira iniciativa não foi fazer geleia, foi empreender. Por isso, a Le Pot, assim como toda contextualização em torno da marca, com suas cores e formas que remetem ao afeto, ao conforto de um alimento saudável, extraído da terra da forma correta e respeitosa com o meio ambiente, surgiu antes mesmo dos testes de produção e de venda.
O resultado surgiu logo na primeira atividade de venda, quando todos os potes de geleia foram vendidos. Era o que Lene precisava para apostar tudo na nova atividade: vieram cursos profissionalizantes, testes de novos sabores, melhoria dos rótulos e busca de novas parcerias, inclusive para venda, como é o caso da abertura de uma loja virtual na GiOrigin.
Atualmente, a Le Pot investe na agricultura familiar e nos pequenos produtores rurais, de onde adquire a matéria prima para a produção de geleias, como, por exemplo: do Itariri, o araçá-roxo, o cupuaçu, o cacau e o açaí; de Lava-pés, também o cupuaçu; e de Aritagua, o mel de cacau.
A sustentabilidade também é princípio da Le Pot com o uso de materiais recicláveis, como utensílios de madeira e materiais biodegradáveis, como recipientes de fibra de cana ou de mandioca.
Essa é a Le Pot, uma iniciativa de economia criativa e colaborativa que envolve comunidades do Sul da Bahia.
Para mim, além de eu estar gerando renda nessas localidades, eu privilegio pessoas que sempre estiveram comigo nessa jornada e fazem parte da história de criação da Le Pot.
Confira a variedade de sabores das geleias Le Pot na GiOrigin:
Ameixa
Abacaxi com gengibre
Cupuaçu
Manga com maracujá + pimenta
Manga com maracujá
Pimenta vermelha
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